Neste tópico trago alguns ensinamentos
extraídos do livro “O Espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda”,
escrito pelo jornalista Leal de Souza em 1933, sendo o primeiro livro
escrito sobre a Umbanda.
Para aqueles que desconhecem o autor, Antônio Eliezer Leal de Souza
foi o primeiro escritor da Umbanda, se tornou amigo pessoal de Zélio
Fernandino de Moraes, foi médium da Tenda Espírita Nossa Senhora da
Piedade e o 2º presidente da Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição
(a 2ª tenda fundada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas).
Nota: na época em que Leal de Souza escreveu seu livro, a Umbanda era conhecida como Linha Branca de Umbanda e Demanda ou como Espiritismo de Umbanda.
O objetivo da Linha Branca de Umbanda e Demanda é a prática da caridade:
Nota: na época em que Leal de Souza escreveu seu livro, a Umbanda era conhecida como Linha Branca de Umbanda e Demanda ou como Espiritismo de Umbanda.
Capítulo XV – A Linha Branca de Umbanda e Demanda
O objetivo da Linha Branca de Umbanda e Demanda é a prática da caridade:
- libertando de obsessões;
- curando as moléstias de origem ou ligação espiritual;
- desmanchando os trabalhos de magia negra; e
- preparando um ambiente favorável a operosidade de seus adeptos.
Nas falanges da Linha Branca de Umbanda e Demanda já se identificaram:
- índios de quase todas as tribos brasileiras, sendo que numerosos foram europeus em encarnações anteriores;
- pretos da África e da Bahia;
- portugueses;
- espanhóis;
- muitos ilhéus malaios; e
- muitíssimos hindus.
Capítulo XVI – Os atributos e peculiaridades da Linha Branca
Imagens – As imagens muitas
vezes existentes nos recintos das sessões da Linha Branca não
representam um contingente obrigatório do culto, pois são apenas
permitidas, ou antes, significam uma concessão dos guias, tornando-se,
com frequência, necessárias para atender aos hábitos e predileções de
muitíssimas pessoas e de muitíssimos espíritos.
Quando se coloca uma imagem num recinto de trabalho, celebra-se o seu cruzamento, cerimônia pela qual se estabelece a sua ligação fluídica com as entidades espirituais responsáveis pelas reuniões. Renova-se essa ligação automaticamente sempre que há sessão, durante a qual a imagem se transforma em centro de grandes e belos quadros fluídicos;
Quando se coloca uma imagem num recinto de trabalho, celebra-se o seu cruzamento, cerimônia pela qual se estabelece a sua ligação fluídica com as entidades espirituais responsáveis pelas reuniões. Renova-se essa ligação automaticamente sempre que há sessão, durante a qual a imagem se transforma em centro de grandes e belos quadros fluídicos;
Linguagem – A Linha Branca de
Umbanda e Demanda tem um idioma próprio, para regular o seu trabalhos,
designar os seus atributos e cerimônias, e evitar a divulgação de
conhecimentos suscetíveis de uso contrário aos seus objetivos caridosos.
Em suas manifestações, conversando entre si, os espíritos, para não
serem entendidos pelos assistentes, empregam o linguajar de cabildas
africanas, de tribos brasileiras, das regiões onde encarnaram pela
última vez. No trato com as pessoas, excetuados os grandes guias, usam
da nossa língua comum, deturpando-a a maneira dos pretos ou dos
caboclos. Esses trabalhadores do espaço desejam que os julguem
atrasados, afim de que os indivíduos que se reputam superiores e são
obrigados a recorrer à humildade de espíritos inferiores percebam e
compreendam a sua própria inferioridade;
Roupa – Usam-se, em certos
trabalhos, roupas brancas, para evitar o amortecimento e arritmia das
vibrações, pelas diversidades de coloração. Pode-se acrescentar que os
filhos de Umbanda aconselham o uso habitual dos tecidos claros, pelas
mesmíssimas razões expressas no apelo dirigido, há anos pelo clube
médico desta capital, quando pediu a população carioca o abandono dos
padrões escuros.
Calçados – Em certas
ocasiões, trabalha-se com os pés descalços, quando não é possível mudar o
calçado na Tenda, pois os sapatos com que andamos nas ruas pisam e
afundam principalmente nas esquinas em fluidos pesados que se agitam
como gazes a flor do solo, e que dificultam as incorporações ou se
espalham pelo recinto da reunião, causando perturbações.
Atitudes – Não se permite
cruzar as pernas e os braços durante as sessões, porque essas atitudes
quebram ou ameaçam violentamente a cadeia de concentração, impedem a
evolução do fluido com que cada assistente deve contribuir para o
trabalho coletivo, determinam, com essa retenção, perturbações físicas e
até fisiológicas e impossibilitam a incorporação, quando se trata de um
médium. Ao descer de certas falanges, como em alguns atos de descarga,
sacode-se o corpo em cadência de embalo, na primeira hipótese, para
facilitar a incorporação, e na segunda para auxiliar o desprendimento de
fluidos que não nos pertençam.
Guia – É um colar de contas
da cor simbólica de uma ou mais linhas. Fica, mediante o cruzamento, em
ligação fluídica com as entidades espirituais das linhas que representa.
Desvia, neutraliza ou enfraquece os fluidos menos apreciáveis.
Periodicamente, é lavado, nas sessões, para limpar-se da gordura do
corpo humano, bem como dos fluidos que se aderiram, e de novo cruzada.
Banho de Descarga – Cozimento
de ervas para limpar o fluido pesado que adere ao corpo, como um suor
invisível. O banho de mar, em alguns casos, produz o mesmo resultado.
Fumo – Atua pelas vibrações
do fogo e do aroma. A fumaça neutraliza os fluidos magnéticos adversos. É
freqüentemente ver-se uma pessoa curada de uma dor de cabeça ou
aliviada do incomodo momentâneo de uma chaga, por uma fumarada.
Defumador – Atua pelas
vibrações do fogo e do aroma, pela fumaça e pelo movimento. Atrai as
entidades benéficas e afasta as indesejáveis, exercendo uma influência
pacificadora sobre o organismo.
Ponto Cantado – É um hino
muitas vezes incoerente, porque os espíritos que nos ensinam, o compõem
de modo a alcançar certos efeitos no plano material sem revelar aspectos
do plano espiritual. Tem, pois, duplo sentido. Atua pelas vibrações,
opera movimentos fluídicos e, harmonizando os fluidos, auxilia a
incorporação. Chama algumas entidades e afasta outras.
Ponto Riscado – É um desenho
emblemático ou simbólico. Atrai, com a concentração que determina para
ser traçado, as entidades ou falanges a que se refere. Tem sempre uma
significação e exprime, às vezes, muitas coisas, em poucos traços.
Ponteiro – É um punhal
pequeno, de preferência com cruzeta na manda, ou empunhadura. Serve para
calcular o grau de eficiência dos trabalhos, pois as forças fluídicas
contrárias, quando não foram quebradas, o impedem de cravar-se ou o
derrubam, depois de firmado. Tem ainda a influência do aço, no tocante
ao magnetismo e a eletricidade.
Pólvora – Produz, pelo deslocamento do ar, os grandes abalos fluídicos.
Pemba – Bloco de giz. Usa-se
para desenhar os pontos. Esses recursos e meios não são usados
arbitrariamente em qualquer ocasião, nem são necessários nas sessões
comuns.
Conectados no Axe - Tudo sobre Umbanda e Candomblé
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